“Recebemos a triste notícia do falecimento da nossa atleta olímpica Rebecca Cheptegei como resultado de um ataque brutal do seu companheiro. Que a sua alma descanse em paz. Condenamos firmemente a violência contra as mulheres”, declarou Donald Rukare, em uma publicação na rede social X (antigo Twitter).
“Este foi um ato covarde e sem propósito, que resultou na perda de uma excelente esportista. Seu legado perdurará”, acrescentou ele.
A atleta de 33 anos, que concluiu a maratona dos Jogos Olímpicos de Paris, em agosto, na 44ª posição, estava recebendo tratamento no Moi Teaching and Referral Hospital, na cidade de Eldoret, no oeste do Quênia, onde estava em “condição crítica” após ter sofrido queimaduras em “mais de 80%” do corpo, de acordo com os médicos.
Um funcionário do hospital, que preferiu não ser identificado, disse na quarta-feira à agência France-Presse (AFP) que o estado de saúde da atleta havia se deteriorado depois que ela “desenvolveu septicemia”.
Segundo um relatório policial acessado pela AFP, o suspeito, identificado como Dickson Ndiema Marangach, invadiu a propriedade de Rebecca Cheptegei por volta das 14h de domingo (12h em Lisboa), enquanto ela estava na igreja com os filhos.
A maratonista vivia com a irmã e os dois filhos na casa que construiu em Endebess, uma cidade onde treinava, a 25 quilômetros da fronteira com Uganda, contou na terça-feira seu pai, Joseph Cheptegei.
Ao retornarem da igreja, Dickson Ndiema Marangach jogou gasolina sobre ela e a incendiou na frente das filhas, duas meninas de 9 e 11 anos, conforme relatado pelo jornal The Standard.
O relatório policial descreveu Rebecca Cheptegei e Dickson Ndiema Marangach como “um casal que enfrentava frequentes conflitos familiares”.
Nos últimos anos, diversas tragédias abalaram o mundo do atletismo queniano.
Em abril de 2022, o corpo de Damaris Mutua, uma atleta do Bahrein de origem queniana, foi encontrado em Iten, um famoso centro de treinamento para corredores de longa distância, nas montanhas do Vale do Rift. O seu parceiro é o principal suspeito do crime.
Em outubro de 2021, a promissora atleta de 25 anos Agnes Tirop, duas vezes medalhista de bronze nos campeonatos mundiais nos 10 mil metros (2017, 2019) e 4ª colocada nos Jogos Olímpicos de Tóquio nos 5 mil metros, foi encontrada esfaqueada em sua residência, em Iten.
O marido, Emmanuel Ibrahim Rotich, está sendo julgado por homicídio, negando as acusações.
Fonte: CNN Portugal