Bashar al-Assad, o segundo líder de uma dinastia familiar autocrática que domina a Síria há mais de cinco décadas, é conhecido por seu governo marcado por brutalidade e repressão. A guerra civil, que teve início em 2011, devastou o país, desencadeando uma crise humanitária e fortalecendo grupos extremistas como o ISIS.
Ascensão ao Poder
Bashar al-Assad assumiu a presidência em 2000 após a morte de seu pai, Hafez al-Assad, que governou a Síria com mão de ferro desde 1970. Inicialmente destinado a uma carreira médica, Bashar foi preparado para o cargo após a morte do irmão mais velho, Bassel, em 1994. Uma emenda constitucional foi rapidamente aprovada para reduzir a idade mínima para a presidência, permitindo que Assad assumisse o poder aos 34 anos.
Apesar das esperanças iniciais de que ele traria reformas moderadas, Assad manteve os laços do regime com grupos militantes e rapidamente reprimiu dissidências internas. Sua esposa, Asma al-Assad, inicialmente ajudou a projetar uma imagem de modernidade, mas essa percepção se desfez com o tempo.
O Início da Guerra Civil
A guerra civil começou em 2011, durante a Primavera Árabe, quando o regime de Assad reprimiu protestos pró-democracia de forma violenta. Milhares de civis foram mortos ou presos nos primeiros meses. Desde então, forças de Assad têm sido acusadas de crimes de guerra, incluindo o uso de armas químicas contra civis.
Em 2013, inspetores da ONU confirmaram o uso de gás sarin nos subúrbios de Damasco, em um ataque que matou mais de 1.400 pessoas. O regime negou as acusações, mas a comunidade internacional impôs sanções severas e buscou desmantelar seu arsenal químico.
Resiliência com Apoio de Aliados
Apesar de isolado no cenário internacional, Assad permaneceu no poder graças ao apoio de aliados como a Rússia e o Irã. A Rússia, em particular, desempenhou um papel central, fornecendo suporte militar que ajudou o regime a recuperar territórios estratégicos.
Impacto Humanitário e Legado
A guerra civil síria deixou centenas de milhares de mortos, mais de 7 milhões de deslocados internos e 6 milhões de refugiados no exterior. O conflito devastou infraestruturas, criou uma crise de refugiados global e transformou a Síria em um epicentro de tensões geopolíticas.
Mudança de Cenário em 2024
A recente captura de cidades estratégicas pela oposição, incluindo Hama e Homs, simboliza uma reviravolta surpreendente. Vídeos mostram moradores destruindo imagens de Assad e celebrando a queda do regime. A possível fuga de Assad sugere que o poder na Síria pode estar prestes a mudar de forma definitiva.
Conclusão
O regime de Assad será lembrado por sua brutalidade, resiliência em meio ao isolamento internacional e o impacto devastador de suas políticas na população síria e no cenário global
Fonte: cnn portugal
