O Engenheiro Venâncio Mondlane, figura central na oposição e amplamente reconhecido como líder popular, teve seu passaporte retido pelos Serviços de Migração ao desembarcar no país. A alegação apresentada pelas autoridades é de que o documento perdeu validade, uma vez que Mondlane já não possui o Estatuto de Deputado. Contudo, o ato gerou indignação e levantou suspeitas de perseguição política.
Segundo Dinis Tivane (DT77), defensor de Mondlane, a explicação oficial não convence. Para ele, o gesto reflete uma estratégia clara de intimidação, especialmente considerando que Mondlane é apontado como Membro do Conselho de Estado, o que deveria lhe garantir um tratamento condizente com seu estatuto. “Será que Guebuza ou Chissano seriam tratados assim no aeroporto?”, questiona Tivane.

Tivane acusa o partido no poder de adotar práticas ilegais para minar a oposição e manchar ainda mais sua reputação. Ele alerta que atos como este apenas reforçam a imagem negativa do partido no cenário internacional, conhecido como um dos exemplos de regimes mafiosos mais mencionados globalmente.
A retirada do passaporte é vista como mais uma tentativa de manter Mondlane restrito ao território nacional, dificultando sua atuação política e internacional. Tivane ainda promete desencadear ações legais para reverter a decisão, afirmando que o processo deve expor ainda mais irregularidades do partido no poder.
Indignação Popular em Crescimento
Esse episódio ocorre em um momento de crescente insatisfação popular com o governo. Muitos temem que o uso arbitrário de instrumentos do Estado para perseguir opositores acirre tensões e desperte uma reação coletiva. A democracia no país continua a ser monitorada por observadores internacionais, que podem interpretar essa medida como mais um sinal de deterioração do Estado de Direito.
Se as autoridades persistirem com ações que muitos consideram arbitrárias, o risco de revolta popular aumenta, colocando em cheque a estabilidade política e a credibilidade do regime.