Por Ana Flávia Castro,
Na sexta-feira (10), a Venezuela fechou a fronteira com o Brasil, em Pacaraima, Roraima, coincidentemente no dia da posse de Nicolás Maduro para seu terceiro mandato. O fechamento, conforme comunicado do Ministério das Relações Exteriores do Brasil (Itamaraty), deverá durar até segunda-feira.
Militares venezuelanos posicionaram cones e se mantiveram na linha de fronteira, interrompendo o fluxo de veículos e migrantes. A Polícia Militar de Roraima observou uma leve redução no número de pessoas entrando no Brasil, mas sem grandes alterações. O fluxo de movimentações em Pacaraima permanece normal, segundo a PM de Roraima, que ressaltou que restrições como essa já ocorreram em ocasiões anteriores, incluindo em junho do ano passado, antes das eleições presidenciais na Venezuela.
A decisão de fechar a fronteira foi tomada pelas autoridades venezuelanas de forma independente. O Ministério da Justiça do Brasil emitiu nota confirmando o fechamento e informando que questões específicas sobre a fronteira são de responsabilidade do Governo Federal.
Maduro foi reeleito em um processo eleitoral controverso. Apesar da proclamada vitória do presidente venezuelano, a oposição e organismos internacionais, incluindo o Brasil, não reconhecem o resultado. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, embora aliado histórico de Maduro, não reconheceu a vitória de nenhum dos lados no impasse eleitoral. A embaixadora do Brasil em Caracas, Glivânia Maria de Oliveira, representou o Brasil na cerimônia de posse, já que Lula não compareceu.
A crise política na Venezuela, com acusações de fraude nas eleições de 2024, provocou uma ruptura diplomática entre os dois países. O Brasil, por meio do presidente Lula, tem cobrado mais transparência, incluindo a divulgação das atas eleitorais que, segundo a oposição, provariam a vitória de Edmundo González, outro candidato à presidência.
Referências:
Fonte: g1 — Brasília