O ex-candidato presidencial moçambicano, Venâncio Mondlane, e o seu assessor direto, Dinis Tivane, encontram-se em Gaberone, capital do Botswana, onde mantiveram diversos encontros, incluindo uma reunião com o ex-presidente Seretse Khama Ian Khama.
A presença de Mondlane no país vizinho surge num momento em que enfrenta uma convocatória da Procuradoria-Geral da República (PGR), marcada para segunda-feira (10), por alegada incitação à desobediência e outros crimes.
Após deixar o poder, Ian Khama passou a ser perseguido pelo governo sucessor, chegando a ser alvo de um mandado de captura por posse ilegal de arma de fogo. Já Mondlane, apesar de rumores sobre uma suposta fuga do país, demonstrou, com imagens da reunião, que continua ativo na cena política e não se encontra em clandestinidade.
Legalmente, uma audição declarativa como a que Mondlane enfrentará não equivale a uma ordem de prisão e pode até ser adiada ou realizada por um representante legal. Além disso, desde que os órgãos eleitorais o reconheceram como o segundo candidato mais votado nas eleições de 09 de outubro, Mondlane passou a integrar o Conselho de Estado, beneficiando de imunidades e tratamento protocolar previstos na Constituição da República de Moçambique.
Enquanto alguns setores tentam associá-lo aos crimes ocorridos durante as recentes manifestações no país, essa narrativa entra em contradição com o posicionamento do Presidente da República, Daniel Chapo, que recentemente assinou os termos de referência para o diálogo político, buscando envolver todas as forças políticas nas reformas esperadas para o país.
Fonte: Integrity Magazine
Caixinha de surpresa