Inovação pode ser a chave para combater poluição marinha sem deixar microplásticos
Tóquio, Japão – Junho de 2025
Uma equipa de cientistas japoneses desenvolveu um novo tipo de plástico que se dissolve completamente em água do mar no espaço de uma hora, sem deixar resíduos tóxicos ou microplásticos. A descoberta foi feita por investigadores do RIKEN Center for Emergent Matter Science em parceria com a Universidade de Tóquio, e pode representar um passo decisivo no combate à poluição dos oceanos.
🔬 Desintegração limpa e rápida
Diferente dos plásticos biodegradáveis atuais, que levam meses ou anos a desaparecer, este novo material oferece uma degradação rápida, limpa e segura para o ambiente, preservando os ecossistemas marinhos e evitando a entrada de microplásticos na cadeia alimentar humana.
Durante uma demonstração pública no laboratório de Wako, ao norte de Tóquio, os cientistas colocaram um pedaço do novo plástico num recipiente com água salgada. Em apenas 60 minutos, o material desapareceu por completo.
“Durante anos tentamos criar plásticos biodegradáveis, mas nenhum se degradava com esta rapidez nem de forma tão limpa”, declarou o professor Takuzo Aida, líder do projeto, à agência Reuters.
🌊 Sem microplásticos, sem dióxido de carbono
Segundo Aida, o novo plástico mantém a resistência dos plásticos convencionais, mas tem uma característica revolucionária: ao entrar em contacto com o sal, desintegra-se nos seus componentes iniciais, que são absorvidos naturalmente por bactérias presentes no ambiente.
Além de desaparecer no mar, o material também se degrada na terra — desde que haja presença de sal, como em solos agrícolas — onde uma peça de cinco centímetros se decompõe em cerca de 200 horas. O material é não tóxico, não inflamável e não liberta dióxido de carbono durante a sua decomposição.
🏭 Indústria já mostra interesse
Apesar de ainda não haver planos comerciais definidos, empresas da área de embalagens já manifestaram interesse no novo plástico. Os cientistas agora trabalham para desenvolver revestimentos adaptáveis que permitam seu uso em diferentes contextos, desde embalagens alimentares até produtos industriais.
🌍 A urgência do problema
De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, a quantidade de plástico que contamina os oceanos pode triplicar até 2040, atingindo até 37 milhões de toneladas métricas por ano.
“Os filhos não podem escolher o planeta em que vão viver. É nossa responsabilidade, como cientistas, garantir que lhes deixamos o melhor ambiente possível”, sublinhou Takuzo Aida.