A jovem arquiteta moçambicana Sámia Chicoco fez história na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP), em Portugal, ao defender a sua dissertação de mestrado com nota máxima de 20 valores, recebendo o reconhecimento unânime de um júri exigente e emocionado.
O trabalho, intitulado “Katembe. Entre Utopia e Realidade em Chali e Inguide”, analisa as contradições e potencialidades urbanas da região da Katembe, na cidade de Maputo, refletindo sobre os impactos da expansão urbana, a memória coletiva e o papel da arquitetura na construção de um futuro equilibrado entre o sonho e a vida quotidiana.
Na investigação, Sámia parte dos bairros Chali e Inguide para explorar a fronteira entre o ideal urbanístico e a realidade social, abordando temas como habitação informal, identidade territorial, sustentabilidade e inclusão comunitária. Com uma abordagem sensível e tecnicamente rigorosa, a arquiteta propõe soluções que conciliam o desenvolvimento urbano com o respeito pela cultura e modos de vida locais.
“Katembe é um espaço de esperança, mas também de contrastes. Quis compreender como o sonho moderno de cidade dialoga ou colide com as realidades de quem habita e constrói o território todos os dias”, afirmou Sámia após a defesa.
O júri destacou a maturidade crítica, a profundidade conceptual e a excelência gráfica do trabalho, sublinhando que a dissertação representa “um contributo relevante para o pensamento arquitetónico contemporâneo em contextos africanos”.
A distinção coloca Sámia Chicoco entre os raros estudantes a alcançar 20 valores na FAUP, reforçando não apenas o prestígio do seu percurso académico, mas também a força e criatividade da nova geração de arquitetos moçambicanos no cenário internacional.
📚 Fonte: O Bolseiro