Na manhã de domingo, um grupo de militares apareceu na televisão estatal do Benim anunciando a destituição do presidente Patrice Talon, a suspensão da Constituição e o fecho das fronteiras terrestres e do espaço aéreo. Eles afirmaram ter criado um “Comité Militar para a Refundação”, liderado pelo tenente-coronel Pascal Tigri, declarando ainda a dissolução do Governo e de todos os partidos políticos.
Os golpistas acusaram o chefe de Estado de má gestão e de falhar no combate ao agravamento da insegurança no norte do país. No início, desconhecia-se o paradeiro de Talon, após relatos de que a sua residência em Cotonou teria sido cercada.
Horas mais tarde, o presidente apareceu na televisão estatal e garantiu que a tentativa de golpe foi totalmente neutralizada pelas forças leais.
“A rápida mobilização permitiu travar estes aventureiros. Esta traição não ficará impune”, afirmou Talon.

O porta-voz do Governo, Wilfried Léandre Houngbédji, informou que 14 pessoas foram detidas, sem avançar mais detalhes.
A tentativa de golpe surge a poucos meses das eleições presidenciais de Abril, que deverão marcar o fim do segundo mandato de Talon, no poder desde 2016. Embora o Benim seja reconhecido por progressos económicos recentes, o país enfrenta uma crescente ameaça de ataques jihadistas vindos do Mali e do Burkina Faso.
O episódio surpreendeu a região, já marcada por sucessivas rupturas militares em países vizinhos como Níger, Mali, Burkina Faso, Guiné e mais recentemente Guiné-Bissau. O Benim não tinha um golpe de Estado consumado desde 1972.
Fonte: TV Miramar