O dia 13 do corrente mês Junho de 2023, tornou se uma data marcante na vida de Demiurgo, um jovem de seus 17 anos de idade, que vinha lutando com fé uma dura e prolongada batalha, conseguiu superar a leucemia, um tipo de cancro que se desenvolve no seio das células-tronco da medula óssea, onde estão localizados os glóbulos brancos, vermelhos e as plaquetas.
Na data em causa, na Pediatria do Hospital Central de Maputo – HCM, Demiurgo, no consolo familiar , amigos, especialistas de saúde e outros pacientes, tocou o sino da vitória, um ritual que simboliza vida e a bonança dos pacientes que conseguem vencer uma doença sobre tudo o cancro.
Tudo originou-se de uma tosse prolongada e anemia, na Província de Cabo Delgado onde se encontrava a residir, na altura com 14 anos de idade. E porque o tratamento a que foi submetido na unidade sanitária local não teve sucesso desejados, o adolescente foi transferido para o Hospital Provincial de Pemba e deste, para o Hospital Central de Nampula.
Em Nampula, a equipe médica decidiu transferi-lo para o Hospital Central de Maputo, o último recurso de atendimento em Moçambique, onde o diagnóstico confirmou a presença de leucemia, uma doença maligna que tem início nas células progenitoras do sangue.
Na maior unidade sanitária do país, o adolescente foi submetido a tratamentos bastante invasivos uma vez que a doença estava num estado bastante avançado.
“O doente apresentava leucemia de alto risco, por isso foi submetido a um tratamentos bastante árduo, que desencadeou outras complicações como já se suspeitava, mas, possivelmente e com a colaboração do doente, conseguimos vencer e hoje celebramos com bastante alegria”. Apontou Faizana Amode, Directora do Serviço de Hemato- Oncologia do HCM.
A quimioterapia, principal tratamento a que foi submetido, afectou a sua autoestima devido as consequências que criou: “o meu cabelo caiu na totalidade e para disfarçar, usava sempre um gorro facto que levava os meus amigos e colegas de escola a questionarem e isso afectava-me bastante” desabafou Demiurgo
A longa trajectória para a conquista da cura, foi também marcada por momentos difíceis para a família, mas com fé e determinação, sempre acreditaram na vitoria: “Não foi fácil receber a informação de que o meu filho padecia de cancro pois, somos uma família pobre e sem recursos, mas a nossa fé e determinação, fez-nos acreditar que era possível vencer”. Disse visivelmente emocionada, Rosinha Rodrigues, mãe do rapaz.
Na sua maioria, as causas de leucemia permanecem desconhecidas, no entanto, os avanços científicos actuais confirmam que, na maior parte das vezes, resultam de danos de um ou mais genes que normalmente controlam o desenvolvimento das células sanguíneas.
Os sintomas são muito inespecíficos e a maior parte deles podem se confundir com outras doenças, mas, sinais tais como, anemia, Infecções frequentes, sangramento ou hematomas, dor ou desconforto abdominal, suor excessivo, de entre outros, podem denunciar a presença da doença, que só é possível identificar com o auxílio de meios auxiliares de diagnósticos específicos.
De acordo com Faizana Amodo, cerca de 10 crianças com cancro são admitidas, no serviço que dirige, sendo que, actualmente vinte, com idades que variam de três a catorze anos, encontram-se em seguimento.
O maior desafio, sublinha é que a maioria chega em fase tardia, quando por vezes, já não há muito por se fazer, por isso alerta para que se levem as crianças à unidade sanitária mais próxima, em caso de surgimento de qualquer sintoma. (HCM-DCI)