O líder da oposição venezuelana, Edmundo González, afirmou neste sábado que pretende retornar à Venezuela no dia 10 de janeiro para assumir o mandato presidencial, alegando ter obtido a vitória nas eleições realizadas em 28 de julho de 2024. Atualmente exilado na Espanha, González realizou encontros estratégicos em Buenos Aires e prepara uma agenda intensa de reuniões com líderes internacionais.
Retorno planejado e apoio internacional
De Buenos Aires, onde se reuniu com o presidente argentino Javier Milei, González declarou à imprensa:
“Minha intenção é ir à Venezuela simplesmente para tomar posse do mandato que os venezuelanos me deram quando me elegeram com 7 milhões de votos para servir como presidente.”
A Constituição da Venezuela estabelece a data de 10 de janeiro como o marco para a transição de governo. No entanto, o atual presidente, Nicolás Maduro, desafia os resultados eleitorais, gerando um impasse político no país.
Questionado sobre os detalhes do retorno, González manteve discrição:
“Não posso dizer nada porque as circunstâncias hoje são muito complicadas.”
Mandado de prisão e recompensa
O líder opositor, de 75 anos, exilou-se na Espanha em setembro de 2024, após um juiz venezuelano emitir um mandado de prisão contra ele por supostos incidentes ocorridos no dia das eleições. Recentemente, o governo de Maduro ofereceu uma recompensa de 100 mil dólares por informações que levem à captura de González.
Reuniões em Buenos Aires e apoio na Praça de Maio
Na Argentina, González encontrou-se com o presidente Javier Milei para discutir estratégias econômicas aplicáveis à Venezuela. Após a reunião, os dois políticos saudaram uma multidão de venezuelanos reunidos na Praça de Maio.
González expressou gratidão pela recepção calorosa:
“Muito animado com a receptividade dos venezuelanos na Praça de Maio pela manhã. Hoje, mais do que nunca, me sinto mais próximo geográfica e emocionalmente para cumprir o mandato que os venezuelanos nos deram.”
Próximos passos
Após Buenos Aires, González segue para Montevidéu, onde se reunirá com o presidente uruguaio Luis Lacalle Pou. Em seguida, viajará aos Estados Unidos para encontros com o presidente Joe Biden, líderes do Congresso e, possivelmente, com o presidente eleito Donald Trump.
Mensagem de esperança
González também reiterou seu compromisso com a libertação de presos políticos na Venezuela e incentivou seus apoiadores:
“Não percam a fé, porque esta é uma campanha muito longa, muito difícil, que desenvolvemos há muito tempo e que estamos prestes a terminar.”
A oposição liderada por González e María Corina Machado afirma estar próxima de concretizar um projeto político que visa trazer mudanças significativas à Venezuela, enquanto o governo Maduro sustenta que o processo eleitoral foi legítimo e acusa a oposição de manipulação.
Cenário em disputa
O embate entre as duas forças políticas intensifica as tensões internas na Venezuela e atrai a atenção da comunidade internacional. O desfecho do retorno de González e sua tentativa de tomar posse como presidente poderá ser decisivo para o futuro político do país.
Fonte: BBC Brasil