O Alto Comando Militar para a Restauração da Segurança Nacional confirmou, esta terça-feira, a suspensão da ordem constitucional na Guiné-Bissau, anunciando a destituição do Presidente da República e assumindo o controlo total do país. A decisão marca uma ruptura institucional profunda e coloca a Guiné-Bissau ao lado de Mali, Níger e Burkina Faso, outros países da região que também passaram para governos militares nos últimos anos.
De acordo com o comunicado divulgado pelo Alto Comando, a intervenção surge na sequência da descoberta de “um plano em curso para desestabilizar o país”, alegadamente envolvendo políticos nacionais e estrangeiros, além da participação de “um conhecido barão da droga”. As Forças Armadas afirmam ainda ter identificado uma tentativa de manipulação dos resultados eleitorais e um “depósito de armamento de guerra” localizado pelos serviços de informação do Estado.
Medidas Anunciadas
Entre as decisões tomadas e apresentadas pelo porta-voz, estão:
- Destituição imediata do Presidente da República;
- Encerramento de todas as instituições do Estado até novas ordens;
- Suspensão do processo eleitoral em curso;
- Fecho das fronteiras terrestres, marítimas e do espaço aéreo nacional, restringindo totalmente entradas e saídas do país;
- Imposição de recolher obrigatório das 19h00 às 06h00;
- Suspensão das atividades de todos os órgãos de comunicação social.
Justificação e Apelo à População
O Alto Comando Militar indica que todas as medidas permanecerão em vigor “até que a situação seja devidamente esclarecida e restabelecidas as condições para o retorno à normalidade constitucional”. A instituição apelou também à calma da população, afirmando estar a agir perante uma “emergência nacional”.
Fonte: DW
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