Um estudo científico publicado na última quarta-feira (24) concluiu que o antirretroviral lenacapavir, desenvolvido pela Gilead Sciences, apresenta uma eficácia de 100% na prevenção da infecção pelo HIV-1, o vírus responsável por quase todas as infecções de HIV no mundo. Os dados foram divulgados na revista científica “New England Journal of Medicine (NEJM)” e apresentados na 25.ª Conferência Internacional sobre a SIDA, realizada em Munique, Alemanha.
Estudo com Mulheres na África
De acordo com a VOA, mais de duas mil mulheres em Uganda e na África do Sul foram acompanhadas por especialistas, que concluíram que o medicamento injetável, aplicado apenas duas vezes por ano, é altamente eficaz na prevenção do HIV.
Apoio das Nações Unidas
No dia 10 de julho, o Programa das Nações Unidas sobre HIV/SIDA (ONUSIDA) já havia destacado que o lenacapavir pode acelerar os esforços para erradicar a pandemia de HIV até 2030. Winnie Byanyima, diretora executiva do ONUSIDA, afirmou que “garantir o acesso global equitativo a novas tecnologias pode ajudar o mundo a se colocar no caminho para acabar com a SIDA como uma ameaça à saúde pública até 2030”.
Desafios de Acesso Global
Apesar dos resultados promissores, a Gilead ainda não anunciou planos concretos para disponibilizar o medicamento em países de baixa e média renda. A ONUSIDA expressou preocupação de que a estratégia de acesso da farmacêutica menciona apenas “países de elevada incidência e países com recursos limitados”, sem fazer referência específica aos países de renda média-alta. Estes países representam 41% das novas infecções por HIV e 37% das pessoas vivendo com o vírus, muitas das quais não podem pagar os preços cobrados em países de alta renda, que giram em torno de 40 mil dólares por ano.
A ONUSIDA enfatizou a necessidade de a Gilead garantir que todas as pessoas que precisam do medicamento tenham acesso garantido.
Fonte: Portal moz News